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quinta-feira, 11 de março de 2010

Nelson Pilar Monument

Edwin Smith photograh (1965)

Último dia 8 de março, fez 44 anos da explosão que culminou na destruição de um dos mais polêmicos monumentos europeus, que ficava bem aqui no centro da cidade, na O'connell Street, principal avenida de Dublin.
A coluna ou pilar foi  desenhado pelo arquiteto inglês Willian Wilkins em 1808. Media 40 metros de altura com diâmetro na base de 4 metros e na época era considerada a coluna dórica mais alta do mundo. No alto da coluna foi colocada uma estátua do general inglês Lord Nelson. Ele ganhou fama como líder naval nas batalhas Napoleônicas e se tornou um herói no Reino Unido. Na época o Monumento se tornou um ponto de encontro dos dublinenses e funcionava como terminal dos bondes na época. Dentro do Monumento havia uma escada em espiral , que levava até uma plataforma ,com uma ótima vista da famosa avenida O'connell street.
Depois de um ano, quando foi tirada essa primeira foto, o Pilar de Nelson foi explodido porque era um símbolo britânico impopular entre os irlandeses. Simbolizava o domínio inglês, a guerra e a fome na Irlanda. O IRA resolveu culminar o cinquentenário do levante da Páscoa ( um ato revolucionário irlandês), com a explosão do Monumento que ocorreu às 2 da manhã do dia 08 de março de 1966. 

Nelson Pilar Monument, bombardeado em 1966.

O SPIRE de DUBLIN

  É um monumento alto, em forma de agulha, com 120 metros de altura, situado na avenida  O'Connell Street, em Dublin, na Irlanda. Tem como nome oficial  "Monumento da luz" (em língua irlandesa: An Túr Solais). Encontra-se no mesmo local onde outrora existiu o monumento dedicado a Lord Nelson, conhecido como Nelson's Pillar, ou o pilar de Nelson.


Concebido pela empresa "Ian Ritchie Architects", é constituído por um cone alongado de diâmetro na base   de 3 m, que vai se estreitando até atingir os 15 cm de diâmetro do ponto mais alto. É considerado como a maior escultura do mundo, tendo a sua construção sido adiada por dificuldades na obtenção de licença e do cumprimento da legislação ambiental. Foi construído a partir de oito tubos ocos de aço inoxidável. O aço foi deformado de forma a refletir a luz de forma sutil. O metal muda de cor devido às suas propriedades refletivas. Durante o dia, mantém o seu aspecto de aço, mas quando se aproxima o anoitecer e o céu começa a mostrar tonalidades vermelhas e rosas, o monumento parece fundir-se com ele. À noite, a base do monumento possui uma luz ténue, e no topo, uma iluminação própria.


O monumento foi concebido como parte integrante de um projeto de revitalização da Avenida O'Connell Street, no coração de Dublin, em 1999. A avenida e a área circundante eram vistas como zonas em declínio desde os anos 70. Alguns apontavam como causas para este declínio o aparecimento de restaurantes de comida rápida e lojas de produtos baratos ,com uma imagem pouco cuidada do ponto de vista arquitetônico e estético, assim como a existência de locais abandonados e a decisão do IRA de bombardear o pilar de Nelson em 1966.
Nos anos 90, foi lançado um plano de reurbanização. A arborização da rua foi revista, uma vez que algumas árvores tinham crescido demasiado. As estátuas foram limpas, e algumas transferidas para outros locais. Os donos das lojas foram obrigados a substituir os anúncios das suas lojas por outros mais atraentes.
O trânsito urbano foi reorganizado, de forma a ser possível dedicar um maior espaço entre os pedestres. O ponto central desta regeneração seria o monumento substituto do pilar de Nelson, o "espeto" de Dublin, que foi escolhido em uma competição entre arquitetos internacionais.


O Spire de Dublin, agora conhecido como um dos cartões postais da cidade, foi inaugurado em 1999, e é conhecido como o espeto ou agulha de Dublin. Apenas isso. Uma polêmica gerada em torno desta nova escultura e que causa mais indignação, do que orgulho entre os irlandeses, foram os gastos excessivos com a construção ( em torno de 4 milhões de euros) pelo governo e que deveriam ter sido utilizados em outras benfeitorias ou na melhoria da saúde da população dublinense.


terça-feira, 2 de março de 2010

História Irlandesa Parte 3


A Irlanda é uma república nas ilhas Britânicas, também chamada de Eire, nome do país na sua língua tradicional, o gaélico. Ocupa aproximadamente 83% do território da ilha da Irlanda, onde a população católica é maioritária. Os 17% restantes formam a Irlanda do Norte (Ulster), de maioria protestante, que permanece vinculada ao Reino Unido. Essa divisão é causa de um longo conflito que matou mais de 3 mil pessoas em 30 anos. O oeste agrícola do país é pouco habitado por causa da grande migração nos últimos 150 anos para os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Inglaterra, que chegou a reduzir a população irlandesa em 35%. A adesão da Irlanda à União Europeia (UE) e o rápido crescimento económico dos últimos anos têm atraído de volta muitos descendentes de irlandeses.



A República da Irlanda tem uma população de 3,6 milhões de habitantes e uma superfície de 70.285 km2, caracterizada por ter um litoral acidentado com outras ilhas menores e uma planície central limitada por montanhas mais baixas e com lagos.


Historicamente a ilha da Irlanda era dividida em 4 grandes províncias: Leinster, Ulster, Connacht e Munster. Nos dias de hoje essa divisão não tem qualquer poder administrativo, mas serve para identificar geograficamente a localização dos condados. O Ulster ficou separado entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, província do Reino Unido.


A Irlanda é um país com muito "craic", uma palavra gaélica que define um estado de espírito, mais ou menos como alegria, diversão. Nos pubs o craic é facilmente encontrado depois de entornar algumas Guinness, a tradicional cerveja escura irlandesa.
fonte: Mundofred.home

segunda-feira, 1 de março de 2010

História Irlandesa Parte 2


A Fome na Irlanda:

Na segunda metade da década de 1840, as terras da ilha da Irlanda, então possessão da Grã-Bretanha, foram acometidas por um terrível fungo que atacou as plantações de tubérculos. Tratou-se da tristemente célebre praga da batata, que provocou um dos maiores surtos de fome da Europa moderna, matando milhares de irlandeses e obrigando outro tanto deles a emigrar para o além-mar. Poucas vezes na história a vida de um povo inteiro foi tão afetada por uma desgraça como aquela.
Os repórteres do London News enviados para os campos da Irlanda em 1849 não podiam acreditar no que viam. Eles foram para lá cobrir a Grande Fome que grassava na ilha pelo terceiro ano consecutivo, mas não imaginavam ver o que os aguardava. Onde esperavam ver a celebrada cor esmeralda das terras irlandesas, depararam-se com uma assustadora paisagem lunar. Espalhados nela, uma gente famélica, reduzida aos ossos, homens, mulheres e crianças, removia a terra como um bando de doidos. O que conseguiam catar do chão levavam logo à boca ou jogavam para os filhos, encovados e exaustos, sentados ao redor.

A Praga da Batata:

Toda a população rural tornou-se vítima da potato blight, a terrível praga da batata, que, ano após ano, desde 1845, devorava os tubérculos, deixando o povo desesperado. As cidades encheram-se de esfaimados e de tifosos. Os armazéns eram tomados de assalto por amotinados esquálidos e coléricos enquanto proliferavam em todos os lugares das cidades maiores uma insuficiente distribuição de sopas para amparar os sobreviventes. As imagens dessa tragédia social, cujo clímax deu-se entre 1847-9, foram captadas pelos vivos desenhos dos repórteres, que, na falta da fotografia, deixaram o seu testemunho ilustrado daquelas cenas de loucura e desesperação que os acompanharam o tempo todo enquanto estiveram deambulando pela ilha. A fungo mortífero liquidara com quase toda a plantação de batata, matando, segundo estimativas modestas, quase um milhão de irlandeses pela inanição e pela doença.



Os Navios-caixão:

Os que ainda conservavam um pouco de energia, trataram de emigrar para o exterior. Entre eles o bisavô do futuro presidente John F. Kennedy, que embarcou num coffin ships, num navio "tumbeiro", e chegou na América do Norte sabe-se lá como. Para o povo irlandês, a praga da batata assumiu feições de maldição divina, de grave e inexplicável infração teológica. Seguramente, suspeitaram os pobres, havia algum senão em nascer-se gaélico e católico. Para aumentar-lhes a desgraceira, as punições não vieram só do Céu, pois os grande proprietários, alegando a óbvia inadimplência dos arrendatários e da arraia miúda de lavradores, tocou-os para fora das habitações (só em 1850 foram despejados das terras 104 mil camponeses).

A indiferença dos Liberais:

O mais doloroso, o pior, no entanto, foi o desempenho das autoridades inglesas. Vivendo no clima do nascente liberalismo econômico, a grande maioria dos altos funcionários da coroa britânica que administravam a Irlanda era devota do laissez-faire e do pastor Malthus. Para eles, qualquer intervencionismo, como o que tentara sir Robert Peel (um político conservador que se condoera da situação dos flagelados, criando-lhes frentes de trabalho e uma eficiente distribuição de alimentos), era heresia. Estimavam que mais tarde ou mais cedo, a Grande Fome seria
aplacada pelas forças do mercado. Em vista disso, não inibiram que outros alimentos plantados na ilha continuassem a ser exportados, apesar da fome que grassava em meio ao povo. Não que se pode culpar o liberalismo pela tragédia, mas suas medidas, ou a falta delas, implicaram sim num aprofundamento do desastre.

O Império do Mercado:

Um quadro paradoxal, sob o ponto de vista humano, então se delineou. Enquanto três milhões de irlandeses, num total de oito milhões, reduziam-se a uma vida de animais, disputando cada grão a tapas e socos, os grandes plantadores continuavam a mandar sacos de cereais para fora. A todos os que sofreram com aquilo, as leis do mercado nada mais pareciam do que maldade e sadismo. Não satisfeitos com isso, as autoridades impediram que carregamentos de comida vindos de outras partes fossem entregues à população a preços subsidiados porque, para elas, tais favores aviltariam os preços do mercado cerealístico. Um prato barato que se estendesse a um faminto era entendido como um desaforo aos lucros. Parece-me que tal fanatismo doutrinário dos liberais escondeu um acerto de contas contra um povo que o secretário inglês na Irlanda, na época sir Charles Trevelyan, definiu como "egoísta, perverso e turbulento", pois como se sabe os irlandeses nunca se conformaram com o domínio britânico. Portanto, não se exagera em supor-se que o rigor com que desejaram manter as leis de mercado contra a evidência de um fome em massa, estava em acordo com a idéia de punir-se os irlandeses pelo seu indomado espírito de rebeldia antibritânica.

fonte: educaterra.terra.com.br



Monumento aos famintos, em Dublin

domingo, 28 de fevereiro de 2010

História Irlandesa Parte 1


A história da Irlanda remonta ao século IV a.C., quando tribos celtas de origem gaulesa se estabelecem na ilha e fundam uma civilização gaélica. O cristianismo é introduzido por St. Patrick no século V. No período até 800 d.C. em que a Irlanda não sofreu as invasões bárbaras que ocorreram no resto da Europa, a arte irlandesa floresceu e monges irlandeses estabeleceram-se em algumas partes da Europa. Devastada pelos vikings nos séculos IX e X, a Irlanda divide-se em vários principados rivais, o que facilita a ocupação anglo-normanda em 1166 ainda antes de se concretizar o desejo irlandês de ter um rei único. Assim, grande parte do território ficou sob domínio do Rei de Inglaterra durante os 400 anos seguintes.




O rei Henrique VIII consolida o domínio inglês sobre a ilha em 1542 e introduz o protestantismo. No reinado de Elizabeth I, os católicos começam a ser excluídos da vida pública. Nos séculos XVI e XVII, os irlandeses são despojados de suas terras, que se tornam propriedade de colonos ingleses. Ainda no século XVII, imigrantes protestantes, vindos principalmente da Escócia, colonizam grande parte do norte do país, o chamado Ulster que só em 1603 tinha sido tomado pela Coroa Inglesa. No século XVIII houve um grande desenvolvimento das indústrias do linho, lã, carne e manteiga. Em 1801, a Irlanda é integrada no Reino Unido pelo "Act of Union" e o seu parlamento é submisso a Westminster e exclui católicos. Em meados do século XIX, a nação é assolada por uma grande onda de fome, que mata mais de 1 milhão de pessoas e leva 2 milhões a imigrar, a maioria para os Estados Unidos. No período posterior à Grande Fome, a política é dominada pelos sucessivos esforços de dotar a Irlanda de um governo autónomo e de distribuir as terras pela população através de leis que incentivam a compra de terra aos grandes senhores.
A questão do governo autónomo, ou "Home Rule", já tinha sido endossada por Daniel O'Connell e Isaac Butt nos anos 1840 e 1870 e em 1886 o Partido Liberal inglês deu alguma abertura a um governo regional limitado na Irlanda. Entretanto, os Unionistas protestantes do Ulster galvanizaram-se contra a ideia de "Home Rule" em aliança com a Inglaterra, sobretudo pelo receio que essa iniciativa provocasse a queda do Império Britânico. A atmosfera tornou-se aos poucos militarizada e os grupos armados surgiram no início do século XX e apenas a Primeira Guerra Mundial refreou os ânimos temporariamente. No entanto, a Guerra mudou tudo e com a criação do movimento político independentista Sinn Féin, ocorre em 1916 o Levante da Páscoa, violentamente sufocado pelos britânicos.  



Em 1918 o Sinn Féin (Ourselves) ganhou as eleições parlamentares na Irlanda e recusou tomar os seus lugares em Westminster, tendo criado o primeiro parlamento em Dublin em 1919. Éamon de Valera preside ao Parlamento e funda o Exército Republicano Irlandês (IRA), que desencadeia uma insurreição pela independência. Em 1922 constitui-se o Estado Livre da Irlanda no Tratado Anglo-irlandês, aglutinando os condados do sul, de maioria católica. O norte da ilha, o Ulster, maioritariamente protestante, permanece ligado ao Reino Unido. Como consequência inicia-se uma breve Guerra Civil entre os partidários do Tratado que tinha sido negociado por Michael Collins e os republicanos partidários da independência total imediata liderados por De Valera. Michael Collins foi assassinado e a guerra civil terminou. De Valera e o partido republicano Fianna Fail governaram a Irlanda entre as décadas de 30 e 70. Entretanto o governo autónomo irlandês aos poucos ia cortando os laços constitucionais com a Grã-Bretanha e em 1937 foi introduzida uma nova constituição que permitiu à Irlanda ficar neutra durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1949 é proclamada a República da Irlanda. O país é admitido nas Nações Unidas em 1955 e ingressa na Comunidade Económica Europeia (actual União Europeia) em 1973. Desde então a Irlanda tem sido um caso de sucesso nas profundas reformas económicas, sociais e culturais.

fonte: mundofred.home